quarta-feira, 8 de abril de 2009



Sinto uma chama dentro de mim, e os passos vão surgindo na minha mente, com a paixão do fogo e a fluidez da água...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Michael Malitowski e Joanne Leunis



resumem qualquer explicação do poder deste sentimento..dança dança

"tudo se adquire...excepto a presença do espírito", Terpsícore

domingo, 29 de março de 2009


Nas palavras do toque, só aquele mundo. Somente uma razão.
E num instante ela esqueceu a realidade e consumou-se numa única noite de fantasia.
E por uma vez na vida ela fê-lo, com os olhos, com os lábios, com o cheiro, com o suor dele...
Vigorosamente, invadindo-lhe o corpo, sem tocar na alma, ela dormiu naquela miragem, sentindo o prazer de um passado desfazer-se num louco desespero de transtorno e descontrolo, como se a cada embate de pecado a alma derrama-se a ultima gota de êxtase. Porque era um vício, um erotismo selvagem. E entregou-se a um amante sentindo outro, vivendo noutro, numa última noite, marcada por memórias alheias, eternamente irreal.
Depois de toda a exaustão, de todo o ardor e de todo o sentido de culpa, ela vestiu-se, olhou-o nos olhos, e deitando uma única lágrima disse: "Foi a última vez."

( texto de ficção)

' Porque este crime anda de mãos dadas com o pecado e aliado ao julgamento…e ela já se julgou…e a pena foi amar te sem condição. '

segunda-feira, 23 de março de 2009


O ESTRANHO CASO DE BENJAMIM BUTTON

“Nasci sob circunstâncias estranhas”.
Diria que depois de ver este maravilhoso filme tudo na minha vida me pareceu estranho e incrivelmente fantástico. Em pouco mais que duas horas, fui transportada para um cosmos onde me questionei sobre as questões mais polémicas e difíceis que a minha mente algum dia se pôs a si própria.
Ao longo do filme, Benjamim vai crescendo, de velho para novo, e faz-nos interrogar o sentido da vida, afinal o que é a juventude? Dei por mim a pensar “ será que o mundo está assim tão terrivelmente frustrado no alcance da imortalidade que se esquece de viver a maravilhosa mortalidade juvenil que nos é proporcionada?”.

Num momento do filme Benjamim fala-nos como a noite, enquanto todos dormem pode ser interessante, e no grande ecrã foca-se a imagem de cortinados a mexer pela corrente de ar de uma janela aberta, um relógio a marcar os segundos, um casal na sua cama a dormir longe dos problemas do mundo terreno, voando em sonhos, um pequeno ratinho que passeia sozinho pelo enorme corredor do grande hotel, nesse momento senti-me completamente pequena e ignorante. Se contar os segundos, os minutos, as horas, que passo com dilemas estúpidos na minha cabeça como “que calças vestir?”, com preocupações futuras e com esta demanda da perfeição que todos tentam alcançar, perco-me no tempo perdido em nada, enquanto estas vidas não vidas se sucedem à minha volta e mal reparo na beleza delas, no seu sentido sem lógica, no seu movimento certo sem certezas.
Também durante o filme apareceu a piscar diante de mim a palavra destino, desenrolada através de frases destinadas a transtornar a minha mente.
DESTINO
Palavra tão subjectiva quanto a singularidade de cada pessoa.
Começo a acreditar piamente que o significado de destino é – todas as pessoas estão interligadas por uma energia interior e inconsciente que se manifesta discretamente e que nos leva a algo já premeditado e escolhido por um Eu anterior a mim.
Outra vida? Talvez…porque não? Ninguém me garante que estou aqui e não a sonhar que escrevo este texto com o objectivo de transmitir a alguém esta tentativa de sabedoria superior.
O filme de Benjamim Button fez-me perceber como as coisas mais insignificantes que acontecem no dia a dia estão ligadas a tantas pessoas…como o autocarro que hoje não apanhei porque passou adiantado, talvez porque o motorista adormeceu, talvez por ter passado uma noite pecaminosa com uma romeira e não ter ouvido o despertador…e quem sabe esta minha predição me leve ainda a outra luzinha que me importunou durante esta aula de filosofia – o que digo e penso dos outros apesar de não os conhecer. A maneira como julgo as pessoas sem saber os seus motivos para algo, as suas justificações, afinal ninguém me garante que aquele senhor que hoje não parou na passadeira o seu carro, para eu poder passar no meu direito de peão, não tenha tido uma emergência ou até que tenha ido tão embrenhado nos seus pensamentos que nem me avistou. No entanto, quando isto aconteceu tenho a certeza que tive uns bons cinco minutos a difamá-lo para mim mesma, sem pensar no egocentrismo que estava a criar por pensar tão esplendidamente bem de mim, afirmando que nunca teria aquele tipo de atitude. Afinal este pensamento não tem sentido porque nem carro, tenho. Como posso afirmar então que nunca agiria assim?
É a isto que quero chegar, a este Essencial – Afinal como e que podemos julgar os outros sem estarmos no mesmo barco que eles?
O que é que aconteceu ao mundo? Porque é que e preciso fazerem-se filmes destes de dez em dez anos para percebermos coisas que estão mesmo á frente dos nossos olhos e que são o conjunto do sentido da nossa vida?
É preciso, com certeza, ser arrogante para fazer este tipo de questões, sendo eu igual a todos os outros. Afinal somos todos uma só energia destinada aos mesmo fim – o infinito.

Para terminar gostaria de realçar que todas estas vertentes de pensamento se misturaram na minha cabeça com uma grande emoção pelo facto de uma personagem do filme, o grande amor de Button, ser dançarina, e sendo essa uma das minhas paixões, vivi este romance com muito mais adrenalina e ansiedade pela frase seguinte.

sábado, 21 de fevereiro de 2009


Diria que esse poder orgástico, que me transforma numa personagem mítica, é obra do inexistente se não te tivesse nos meus braços. Não penso e não escuto, antes tenho medo do meu descontrolo, depois peço para não me controlar. Solto ais do fundo da alma, digo palavras celestiais em vão… ou talvez tal seja tão divino que só aumento o desassossego do meu espírito…

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009


Seria de esperar tudo e mais alguma coisa de alguém que se acha tão digno como um pedaço de pureza. Estas multidões de imaculados fazem-me padecer da alma, de não conseguir suster o riso que me provocam.
De tanto pensar, inquieto a mente, com o desassossego de saber que não passo de uma reles porção destes depravados que contaminam a única fonte de genuinidade existente. Travo uma luta constrangedora, onde discrimino o apetite de ser a vítima e não a culpada, a sagrada e não a rameira, a dotada e não a besta. Escondo-me sigilosamente na convicção de ser amada e na certeza de amar, talvez, por momentos, seja tão autêntica que estas vidas paralelas que andam pela minha calçada se intimidem com a minha presença, e por isso, proclamam-me arrogante.
(momento de egocentrismo)


Um momento de loucura,
em que me perco na saudade imensa que percorre cada onda que rebenta na minha direcção.
Deixo o meu corpo molhar-se,
e sinto por instantes o prazer invadir-me a pele,
enquanto me percorres silenciosamente os lábios, com a suavidade indecorosa que me gravaste na memória.
E espero, secretamente, pelo novo momento dessa realidade,
feliz por saber que me guardas contigo…

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009


Ninguém repara, ninguém imagina o frenesim que o meu corpo suporta, insuportavelmente, …danço-te com a alma.

domingo, 8 de fevereiro de 2009


Voltei a sentir aquele sabor a mar…entrei pela portada entreaberta e vi uma vida, construída sem mim.
O cigarro estava lá, aceso, talvez por companhia, a cafeteira fumegava e a chama avivava-se na lareira improvisada, eu já não tinha frio, muito antes de ter entrado já não tinha frio.
A mesa anunciava duas pessoas, talvez tivesse perdido tempo demais, talvez seja melhor sair…
Avancei, fazendo o soalho estalar e percebi as memorias que me enchiam os pensamentos, bocados de tempo que me relembravam algo…as mesmas fotos, as mesmas molduras, a porta da sala continuava por arranjar. Éramos os mesmos. O Joca!tão pequeno quando saí mantinha o mesmo ar de cachorro endiabrado, abanou somente a cauda quando me viu, como se eu nunca os tivesse abandonado. Ele lembra-me! Na mesma televisão que presenciara longas noites de filmes a dois, acabados em um só saco-cama, ao lado da lareira, alguém anunciava o tempo. Tempo, pensei, que tempo?
Eu devia sair, eu fingi ter o tempo.
Então ouvi uma voz que me empurrou pelo corredor como se nunca tivesse fugido. Conhecia aquela casa há muito tempo, o tempo… E ele estava lá, ao telefone, era ele, foi sempre ele, e pressentiu-o, eu sei, e virou-se olhando-me com os olhos cor de mel que um dia eu quis conquistar…percebi, ele não vivia sozinho, a mesa esperava por mim, o quente da casa também, eu apenas saí por uma longa viajem que teve um fim, voltei ao meu mundo, voltei ao homem que viveu á minha espera, estou em casa.

sábado, 7 de fevereiro de 2009


'nos somos o que sonhámos, e vamos sonhando o que queremos ser..'

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


O mundo tornasse intocável aos olhos do nada, sem deixar notar. O som do fio de água que corre na torneira atormenta-me o espírito. Sinto-me ignorante, ao ponto de não perceber as rotinas pequenas do cosmos que não vemos, como este momento que será apertado no meu tempo ate deixar de existir nas memórias do meu corpo. O gato preto percorre, ermo, a estrada molhada da avenida do Não Desejado, sem dar conta da ignorância que os seres inteligentes depositam sobre ele, talvez também viesse do universo invisível, quase que pisado pelos incultos que buscam a perfeita frustração. E por não querer aumentar a arrogância, fico-me, saciada pelo prazer de fingir que não faço parte desse mundo, que o gato é fantásticamente importante na minha observação, que daqui a instantes não voltarei a esquecer a existência do cosmos mágico e que realmente não o estou a fazer. Alguém puniu estas gentes, e não se lembrou de voltar a deixar a forma da poltrona da casa do senhor Ninguém contar a sua história. Talvez já tudo tivesse sido premeditado, ou talvez esta demanda à perfeição tenha cegado os olhos ao que de mais perfeito existe.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009


Amor,
Amor de sol,
Amor de vento,
Amor de chuva,
Amor de mar.
Amor que tem as cores da cor da água,
Amor que não é falado,
Amor de um beijo,
Amor mais que amado.
Amor que é toque de almas,
Daqueles amores que sabem a inocência.
Amor, dos amores da minha vida.
Amor que é calma,
Amor que é pecado,
Amor que somente é amor,
Por ser mais que amado.
Amor que não sabe do que fala,
Amor que não sabe do que ama.
Amor recordado nas letras,
Amor escrito na cama.
Amor dos que se guardam em tampinhas de iogurte,
Selado em fogo gelado.
Que não sabe se é febre
De amor mais que amado.
Amor,
Dos amores que dizem eu quero,
Amor que não pertence,
Amor que confia,
Amor que não possui,
Amor que é livre.
Amor,
Dos amores da minha vida.

Que tudo o que fizeste ate hoje não chega,
Amanhã não haverá,
Ontem, és intocável.
Ilumina-me as memórias,
Relembra-me os sabores,
Enquanto te danço comigo.
Esquece o sentido,
Farda-me a voz.
Deixa-me expressar a força do que não será suficiente,
Delinear traços que vi em ti.
Rasga-o inconsequentemente,
Queima-o se conseguires.
Não consegues.
Então esquece os limites,
Incapacitam-me o peito,
Deixa que a arrogância te obrigue a fazer tudo o que não podes.
Tu com ele,
És o que quiseres.
Dança-o…

Alma nua,
que se veste de pecado.
Corpo sujo de prazer,
roubado no escuro do invisível.
Momentos vividos, entalados pelo tempo,
de segredos revelados aos deuses.
Ateei luxúrias de vermelho e fogo,
num frenesim que consome o corpo.
A memória não apaga, a mente não destrói,
Sombras projectadas em cera, derretidas de suor.

Dar-te-ia o mundo,
por meros restos do grito de um violoncelo que me recorda-se essa noite mal cantada,
feita de ilusões e reflexos de chama
escondidos pelo prazer,
vasculhado no sabor de uma cama.
Revela o que se tornou ponto de não retorno,
onde vendi a minha alma,
por uma dança com o teu corpo.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Fantasias de Hollywood

Voei contigo em falésias do mar,
Voaste comigo num sonho acordado,
Eternos enamorados das fantasias de
Hollywood.

Porque ali se contou a história do
oceano,
Feita de pequenas grandes almas
Que traçaram o rumo das marés.

Dunas perdidas nos teus suspiros de
prazer,
Onde revelas confissões de amor
Que o mar transformou em pecados
divinos.

Ele amou-me pela vida,
Olhos afundados num unico ser,
Flamejando desejos escritos pelas ninfas
da lua cheia,
Com um único destino.

No vigor da areia molhada,
Que presenciou a força que falou o profeta,
e que sonha o escritor,

Força subentendida em gesto que declamaste amor,
Canções que tornaste vossas
E sentidos onde flutua a minha vida,

De corpo e alma...